quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

CICLO DE CURTAS METRAGENS CONTEMPORÂNEOS


Nesta quinta-feira, dia 31 de janeiro, será realizado em parceria com o Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba, a primeira edição do Ciclo de Curtas-metragens Contemporâneos. O Cliclo apresenta sessões mensais com destaques e descobertas recentes da produção mundial de curtas, exibidos em cópias digitais de alta qualidade. Cada sessão é comentada através de um foco temático para os filmes reunidos, propondo novos diálogos e olhares. A curadoria ficou a cargo de João Krefer, cineasta e artista multimídia.
Sessão 1 - Desaparecimentos
Viciado (Rauschgift)
23 min,  Alemanha, 2011
Dir. e rot.: Peter Baranowski
Todas as Linhas Fluem (All The Lines Flow Out)
22 min, Singapura, 2011
Dir. e rot.: Charles Lim
Pude Ver Um Puma (Pude Ver Un Puma)
17 min, Argentina, 2012
Dir. e rot.: Eduardo Williams
DATA: 31/01HORÁRIOS: 19h
LOCAL: Cinepensamento
VAGAS: 56
INVESTIMENTO: Gratuito*
*Necessário retirar o bilhete de acesso com uma hora de antecedência

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Registros da Oficina de Música de Curitiba

O jornal Café Sabor Leituras busca sempre atrair para bem perto os melhores profissionais. Assim, tem sido feito com parceiros que estão disponibilizando seus produtos e serviços para sorteios. E também, com os colunistas do jornal impresso, que estão sendo selecionados com muito carinho para o nosso público.

Mas, além disso, o jornal Café Sabor Leituras conta com o apoio de um fotógrafo experiente e premiado, que sempre realiza suas produções com extrema competência e atenção. Faz coberturas de eventos, de shows, fotos para book, fotos artística  fotojornalismo.

 Ele é um artista completo, afinal, é um fotógrafo, um design, é um artista plástico é um baiano maravilhoso cheio de talento. E que nós, nos orgulhamos muito de contar com seu olhar criterioso em nossas coberturas.

 Indicamos Itamar Crispim com garantia de credibilidade. Se você quer saber um pouco mais deste excelente profissional. É só curtir as imagens e dar uma passeadinha no site dele. (http://itamarcrispim.com/). É bom demais, né?

 É assim, Café Sabor Leituras sempre vai lhe servir uma mesa farte de coisas boas. Saboreie, curta, compartilhe. Fique com a gente.

Essas imagens são do fechamento da primeira fase das Oficinas no Teatro Guaíra.









Essas imagens logo em seguida são da apresentação no teatro da Caixa - 

Michelangelo 4tet (Suíça/França)








domingo, 20 de janeiro de 2013

Que tal uma aula de percussão grátis?

E isso mesmo o jornal Café Sabor Leituras vai colocar ritmo na sua vida, muito mais ritmo.. Estamos sorteando uma aula GRATUITA de percussão. A sua aula será com  o professor Vina Lacerda com uma  roda para o aprendizado e a prática de ritmos e instrumentos da percussão brasileira.


Para participar é simples. Basta você compartilhar a divulgação na página do Jornal Café Sabor Leituras no FACEBOOK. Curta a página e não esqueça de preencher o formulário de sorteios, pois precisamos ter os seus telefones. 

Então, estamos combinados, certo?
Curta a página no facebook
e compartilhe a divulgação da promoção










sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

13ª EDIÇÃO DO CIRCUITO OFF DE MÚSICA AGITA A CAIXA CULTURAL CURITIBA



Atrações da Colômbia, Argentina, Ilhas Canárias e Europa compõem a programação

Da redação: Você pode ganhar um par de convites. Curta nossa página (a direita) e compartilhe a imagem que está postada. Sorteio amanhã 


A CAIXA Cultural Curitiba apresenta, de 18 a 20 e de 25 a 27 de janeiro, a 13ª edição do Circuito OFF de Música, festival tradicional na capital paranaense, que acontece paralelamente à Oficina de Música de Curitiba, e que reúne músicos do mundo inteiro. Este ano, a programação conta com atrações internacionais e workshops de Willy Gonzáles (Argentina) e Edmar Castañeda (Colômbia). Nomes como Michelangelo 4tet (Suíça) e Duos Jose e Javier (Ilhas Canárias) também são convidados desta edição.

A primeira atração será o músico argentino Willy Gonzáles, compositor e baixista de seis cordas, cujo trabalho é caracterizado pela sua raiz argentina, com dicas claras de urbanidade e uma abordagem ao folclore latino-americano. No domingo, se apresenta o quarteto Michelangelo 4tet, formado pelo guitarrista e percussionista, nascido em São Paulo, Michelangelo Pagnano; pelo percussionista suiço, Didier Metrailler; pelo violoncelista alemão, Karsten Hochapfel; e pela flautista francesa, Fanny Menegoz. O grupo apresenta um show baseado no conceito “Brasilafricacoustic”, de Pagnano, que é a reinvenção da música ocidental pela interação com os horizontes musicais africano e brasileiro.

O colombiano Edmar Castañeda estréia no segundo final de semana do Circuito OFF. O músico possui um comando virtuoso da harpa, revolucionando a forma de conhecer o instrumento, pelo público e pela crítica, sendo conhecido tanto como harpista quanto como compositor. A última apresentação fica por conta do Duos José e Javier, das Ilhas Canárias. O guitarrista Javier e o pianista José voltam à forma simples do duo, com um trabalho de criatividade, interação e inegávelenergia. A música, familiar e elegante, transita entre o culto e o popular, o jazz e a música de câmara.

Circuito OFF:
Inspirado no Montreux Jazz Festival, o Circuito OFF conta com intensa programação paralela à Oficina de Música de Curitiba. O festival ocupa um lugar de destaque na cena musical curitibana, pois estabelece uma parceria bastante rica com a Oficina, evento consagrado e importante para a cidade. Além disso, proporciona à comunidade musical local encontros significativos, tanto para os músicos, quanto para o público, que tem a oportunidade de conferir shows e encontros musicais raros.

Programação:
Shows: 19h
- 18 e 19 de janeiro de 2013 (sexta-feira e sábado): Willy Gonzales Trio (Argentina)
- 20 de janeiro de 2013 (domingo): Michelangelo 4tet (Suíça)
- 25 e 26 de janeiro de 2013 (sexta-feira e sábado): Edmar Castañeda (Colômbia)
- 27 de janeiro de 2013 (domingo): Duos Jose e Javier (Ilhas Canárias)

Workshops: das 14h às 16h
19 de janeiro de 2013 (sábado): Willy Gonzales - Música Argentina
26 de janeiro de 2013 (sábado): Edmar Castañeda - Música Colombiana

Serviço:
Música: Circuito OFF de Música
Local: CAIXA Cultural Curitiba – Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Curitiba (PR)
Data: de 18 a 20 e de 25 a 27 de janeiro de 2013 (de sexta-feira a domingo)
Hora: 19h
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia – conforme legislação e correntista CAIXA)
Workshops gratuitos: 19 e 26 de janeiro de 2013, das 14h às 16h (inscrições gratuitas a partir de 10 de janeiro pelo e-mail nucleo.cultura@gmail.com)
Bilheteria:             (41) 2118-5111       (de terça a sexta-feira das 12h às 20h, sábado das 16h às 20h e domingo das 16h às 19h)
Classificação etária: Livre para todos os públicos
Lotação máxima: 125 lugares (2 para cadeirantes)

11/01/2013
Assessoria de Imprensa da CAIXA Cultural Curitiba (PR)
            (41) 3544-5641       / 9906-5134
www.caixa.gov.br/imprensa | @imprensaCAIXA



Convite encerramento 31ª Oficina de Música de Curitiba

Amanhã, 19 de janeiro, encerra-se a primeira fase da 31ª oficina de música de Curitiba. E quem ganha, é claro, sempre... é você. Participe da promoção do jornal Café Sabor Leituras. O  sorteio será amanhã cedo, para você ter tempo de convidar aquela pessoa especial. 


Participe do sorteio do Talk Show Plano de Vôo 2013


PARTICIPE DO TALK SHOW PLANO DE VÔO 2013
As suas metas para este ano ganharão um reforço

Se turbinar os lucros de sua empresa e/ou sua carreira são as metas reais para este ano, você não pode deixar de participar do Talk Show Plano de vôo 2013. Os profissionais Moacir Moura e Décio Gomes estão preparando um momento especial pra os participantes desse evento, que ocorre no dia 22 de janeiro no Auditório Inter Training no Alto da Glória em Curitiba.

O encontro será dividido em dois momentos: Décio Gomes é especialista em coach pela Sociedade Latino Americana de Coaching. Já Moacir Moura é formado pela USP em Gestão Estratégica de Varejo. Moacir é autor da obra "O segredo da loja que vende" e do livro em período de lançamento "Reinvenção - Turbinando a Técnica de Vendas". Juntos, os dois profissionais vão disseminar conhecimentos sobre a aplicação do processo de coaching de liderança apresentando ferramentas de gestão que vão fortalecer a interatividade entre líderes e colaboradores, gerando uma sinergia capaz de produzir mudanças nos resultados do clima organizacional e diretamente na lucratividade da organização.

Outro ponto que será aprofundado será com relação às vendas. O evento visa inspirar a adoção de vendas proativas. Fazendo uma reflexão de quem é este novo consumidor e como criar estratégias eficientes para gerar mais vendas e fidelizar esses clientes.  E lembre-se que o ato de vender está presente na nossa vida o tempo todo. Você pode ser vendedor de ideias, de projetos, de sugestões. Vender faz parte do cotidiano de todos.

A proposta do evento é ser bem interativo com seu público, haverá rodadas de diálogos, bem como, apresentações de cases que possam inspirar ainda mais as mudanças tanto na sua empresa quanto na sua carreira.

Participe do Talk Show e garanta um fortalecimento no seu network. Afinal esses encontros além de trazer conteúdo e possibilitar o diálogo e a troca de experiências, aumenta sua carteira de contatos. Restam poucas vagaspara o encontro. É sua oportunidade de dar impulso nas mudanças que irão gerar resultados positivos em 2013.  

Inscreva-se  já.
www.ogerente.com.br/tid
Local: Auditório Inter Training no Alto da Glória em Curitiba.


domingo, 13 de janeiro de 2013

ANOS 80” Lembranças e curiosidades de uma década divertida


A década de 80 foi intensa na área cultural. Ela produziu artistas que até hoje imperam no gosto popular e seduziram a crítica, mas produziu muitos sucessos instantâneos, também. Bandas que estouraram com uma única música que grudava como chiclete, mas que não sobreviveram ao segundo LP (Sim, LP).
E pra matar a saudade e apresentar à nova geração, que por ventura, ainda não conheça, o jornal Café Sabor Leituras traz como dica de livro “ALMANAQUE ANOS 80” Lembranças e curiosidades de uma década divertida de Luiz André Alzer & Mariana Claudino da Editora Ediouro. Durante esta semana, citaremos alguns destaques da obra.
Vem com a gente nesta viagem à década das ombreiras, roupas coloridas e boa música?
Primeira dose de lembrança:
Na página 128, os autores trazem o capítulo “Grupos de Rock de um sucesso só ... (ou dois, vá lá). Num sequência divertida, você é convidado a relembrar os grandes sucessos que sumiram como um vento forte, que vem, arrasa e some.


JOÃO PENCA E SEUS MIQUINHOS AMESTRADOS: Tinha nove integrantes  quando surgiu acompanhando Eduardo Dusek no célebre disco Cantando no Banheiro, de 1982. Depois, perdeu Leo Jaime, que partiu para carreira solo, e foi minguando, até se estabilizar como o trio Avellar Love, Bob Gallo e Selvagem Big Abreu. Lançou uma penca de hits, todos na linha pop deboche, como Lagrimas de Crocodillo, Pop Star e Calúnias (do refrão “Telma eu não sou gay”, também gravado por Ney Matogrosso).



FAUSTO FAWCETT E OS ROBÔS EFÊMEROS Katia Flavia, a louraça Belzebu e godiva de Irajá, virou a musa das rádios. Foi um dos primeiros raps gravados no país. Mesclando música teatro e performance, Fausto Fawcett detonou seus Exocets em 1987, mas ficou nisso. Só nos ano 90 reapareceu no show de louras Básico Instinto.

Fausto é jornalista e autor teatral, roteirista. E esta mistura agradou em cheio teatro, música e poesia. Com o livro "Santa Clara Poltergeist", que ele transformou em show, deu destaque a primeira loira de uma série "Regininha Poltergeist" em 1993 foi a veste de Marinara, com o livro show e programa de tv Básico Instituto.


Regininha em foto matéria EGO GLOBO






UNS E OUTROS – Muita gente ouviu pela primeira vez achou que era Legião Urbana, por causa da voz de Marcelo Hayena, que lembra a de Renato Russo. O grupo lançou um punhado de discos, mas ficou preso ao seu único grande sucesso nacional: Carta aos Missionários.


E você lembra dessas músicas? O que estava fazendo nesta época? Quais outas bandas você lembra desta época. Escreva para gente. 
Essas músicas dinâmicas e divertidas deixaram muita saudade na geração que acompanhou essa energia contagiante. Almanaque anos 80 pode ser encontrado na livrarias Saraiva, acesse http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/165372/almanaque-anos-80

sábado, 12 de janeiro de 2013

Há cem anos nascia Rubem Braga

12 de janeiro de 1913 nascia Rubem Braga, o jornal O GLOBO traz hoje a trajetória do escritor, confira.

E para os leitores do Café Sabor Leituras, selecionamos um dos seus textos, um conto "Um braço de mulher". Texto que pode ser encontrado na obra "Os cem melhores contos brasileiros do século" da editora Objetiva.

Boa leitura!

Um braço de mulher
Rubem Braga

Subi ao avião com indiferença, e como o dia não estava bonito, lancei apenas um olhar distraído a essa cidade do Rio de Janeiro e mergulhei na leitura de um jornal. Depois fiquei a olhar pela janela e não via mais que nuvens, e feias. Na verdade, não estava no céu; pensava coisas da terra, minhas pobres, pequenas coisas. Uma aborrecida sonolência foi me dominando, até que uma senhora nervosa ao meu lado disse que "nós não podemos descer!". O avião já havia chegado a São Paulo, mas estava fazendo sua ronda dentro de um nevoeiro fechado, à espera de ordem para pousar. Procurei acalmar a senhora.

Ela estava tão aflita que embora fizesse frio se abanava com uma revista. Tentei convencê-la de que não devia se abanar, mas acabei achando que era melhor que o fizesse. Ela precisava fazer alguma coisa, e a única providência que aparentemente podia tomar naquele momento de medo era se abanar. Ofereci-lhe meu jornal dobrado, no lugar da revista, e ficou muito grata, como se acreditasse que, produzindo mais vento, adquirisse maior eficiência na sua luta contra a morte.

Gastei cerca de meia hora com a aflição daquela senhora. Notando que uma sua amiga estava em outra poltrona, ofereci-me para trocar de lugar, e ela aceitou. Mas esperei inutilmente que recolhesse as pernas para que eu pudesse sair de meu lugar junto à janela; acabou confessando que assim mesmo estava bem, e preferia ter um homem — "o senhor" — ao lado. Isto lisonjeou meu orgulho de cavalheiro: senti-me útil e responsável. Era por estar ali eu, um homem, que aquele avião não ousava cair. Havia certamente piloto e co-piloto e vários homens no avião. Mas eu era o homem ao lado, o homem visível, próximo, que ela podia tocar. E era nisso que ela confiava: nesse ser de casimira grossa, de gravata, de bigode, a cujo braço acabou se agarrando. Não era o meu braço que apertava, mas um braço de homem, ser de misteriosos atributos de força e proteção.

Chamei a aeromoça, que tentou acalmar a senhora com biscoitos, chicles, cafezinho, palavras de conforto, mão no ombro, algodão nos ouvidos, e uma voz suave e firme que às vezes continha uma leve repreensão e às vezes se entremeava de um sorriso que sem dúvida faz parte do regulamento da aeronáutica civil, o chamado sorriso para ocasiões de teto baixo.

Mas de que vale uma aeromoça? Ela não é muito convincente; é uma funcionária. A senhora evidentemente a considerava uma espécie de cúmplice do avião e da empresa e no fundo (pelo ressentimento com que reagia às suas palavras) responsável por aquele nevoeiro perigoso. A moça em uniforme estava sem dúvida lhe escondendo a verdade e dizendo palavras hipócritas para que ela se deixasse matar sem reagir.

A única pessoa de confiança era evidentemente eu: e aquela senhora, que no aeroporto tinha certo ar desdenhoso e solene, disse suas malcriações para a aeromoça e se agarrou definitivamente a mim. Animei-me então a pôr a minha mão direita sobre a sua mão, que me apertava o braço. Esse gesto de carinho protetor teve um efeito completo: ela deu um profundo suspiro de alívio, cerrou os olhos, pendeu a cabeça ligeiramente para o meu lado e ficou imóvel, quieta. Era claro que a minha mão a protegia contra tudo e contra todos, estava como adormecida.

O avião continuava a rodar monotonamente dentro de uma nuvem escura; quando ele dava um salto mais brusco, eu fornecia à pobre senhora uma garantia suplementar apertando ligeiramente a minha mão sobre a sua: isto sem dúvida lhe fazia bem.

Voltei a olhar tristemente pela vidraça; via a asa direita, um pouco levantada, no meio do nevoeiro. Como a senhora não me desse mais trabalho, e o tempo fosse passando, recomecei a pensar em mim mesmo, triste e fraco assunto.

E de repente me veio a idéia de que na verdade não podíamos ficar eternamente com aquele motor roncando no meio do nevoeiro - e de que eu podia morrer.

Estávamos há muito tempo sobre São Paulo. Talvez chovesse lá embaixo; de qualquer modo a grande cidade, invisível e tão próxima, vivia sua vida indiferente àquele ridículo grupo de homens e mulheres presos dentro de um avião, ali no alto. Pensei em São Paulo e no rapaz de vinte anos que chegou com trinta mil-réis no bolso uma noite e saiu andando pelo antigo viaduto do Chá, sem conhecer uma só pessoa na cidade estranha. Nem aquele velho viaduto existe mais, e o aventuroso rapaz de vinte anos, calado e lírico, é um triste senhor que olha o nevoeiro e pensa na morte.

Outras lembranças me vieram, e me ocorreu que na hora da morte, segundo dizem, a gente se lembra de uma porção de coisas antigas, doces ou tristes. Mas a visão monótona daquela asa no meio da nuvem me dava um torpor, e não pensei mais nada. Era como se o mundo atrás daquele nevoeiro não existisse mais, e por isto pouco me importava morrer. Talvez fosse até bom sentir um choque brutal e tudo se acabar. A morte devia ser aquilo mesmo, um nevoeiro imenso, sem cor, sem forma, para sempre.

Senti prazer em pensar que agora não haveria mais nada, que não seria mais preciso sentir, nem reagir, nem providenciar, nem me torturar; que todas as coisas e criaturas que tinham poder sobre mim e mandavam na minha alegria ou na minha aflição haviam-se apagado e dissolvido naquele mundo de nevoeiro.

A senhora sobressaltou-se de repente e muito aflita começou a me fazer perguntas. O avião estava descendo mais e mais e entretanto não se conseguia enxergar coisa alguma. O motor parecia estar com um som diferente: podia ser aquele o último e desesperado tredo ronco do minuto antes de morrer arrebentado e retorcido. A senhora estendeu o braço direito, segurando 0 encosto da poltrona da frente, e então me dei conta de que aquela mulher de cara um pouco magra e dura tinha um belo braço, harmonioso e musculado.

Fiquei a olhá-lo devagar, desde o ombro forte e suave até as mãos de dedos longos. E me veio uma saudade extraordinária da terra, da beleza humana, da empolgante e longa tonteira do amor. Eu não queria mais morrer, e a idéia da morte me pareceu tão errada, tão feia, tão absurda, que me sobressaltei. A morte era uma coisa cinzenta, escura, sem a graça, sem a delicadeza e o calor, a força macia de um braço ou de uma coxa, a suave irradiação da pele de um corpo de mulher moça.

Mãos, cabelos, corpo, músculos, seios, extraordinário milagre de coisas suaves e sensíveis, tépidas, feitas para serem infinitamente amadas. Toda a fascinação da vida me golpeou, uma tão profunda delícia e gosto de viver uma tão ardente e comovida saudade, que retesei os músculos do corpo, estiquei as pernas, senti um leve ardor nos olhos. Não devia morrer! Aquele meu torpor de segundos atrás pareceu-me de súbito uma coisa doentia, viciosa, e ergui a cabeça, olhei em volta, para os outros passageiros, como se me dispusesse afinal a tomar alguma providência.

Meu gesto pareceu inquietar a senhora. Mas olhando novamente para a vidraça adivinhei casas, um quadrado verde, um pedaço de terra avermelhada, através de um véu de neblina mais rala. Foi uma visão rápida, logo perdida no nevoeiro denso, mas me deu uma certeza profunda de que estávamos salvos porque a terra existia, não era um sonho distante, o mundo não era apenas nevoeiro e havia realmente tudo o que há, casas, árvores, pessoas, chão, o bom chão sólido, imóvel, onde se pode deitar, onde se pode dormir seguro e em todo o sossego, onde um homem pode premer o corpo de uma mulher para amá-la com força, com toda sua fúria de prazer e todos os seus sentidos, com apoio no mundo.

No aeroporto, quando esperava a bagagem, vi de perto a minha vizinha de poltrona. Estava com um senhor de óculos, que, com um talão de despacho na mão, pedia que lhe entregassem a maleta. Ela disse alguma coisa a esse homem, e ele se aproximou de mim com um olhar inquiridor que tentava ser cordial. Estivera muito tempo esperando; a princípio disseram que o avião ia descer logo, era questão de ficar livre a pista; depois alguém anunciara que todos os aviões tinham recebido ordem de pousar em Campinas ou em outro campo; e imaginava quanto incômodo me dera sua senhora, sempre muito nervosa. "Ora, não senhor." Ele se despediu sem me estender a mão, como se, com aqueles agradecimentos, que fora constrangido pelas circunstâncias a fazer, acabasse de cumprir uma formalidade desagradável com relação a um estranho - que devia permanecer um estranho.

Um estranho — e de certo ponto de vista um intruso, foi assim que me senti perante aquele homem de cara desagradável. Tive a impressão de que de certo modo o traíra, e de que ele o sentia.

Quando se retiravam, a senhora me deu um pequeno sorriso. Tenho uma tendência romântica a imaginar coisas, e imaginei que ela teve o cuidado de me sorrir quando o homem não podia notá-lo, um sorriso sem o visto marital, vagamente cúmplice. Certamente nunca mais a verei, nem o espero. Mas o seu belo braço foi um instante para mim a própria imagem da vida, e não o esquecerei depressa.

Este conto foi publicado no livro “Os melhores contos – Rubem Braga”, seleção de Davi Arrigucci Jr., Global Editora – São Paulo, e consta ainda na escolha de Ítalo Moriconi na obra “Os cem melhores contos brasileiros do século” da Editora Objetiva / Rio de Janeiro, 2000, pág. 169.


POESIA : PEQUENO MUNDO DE AMOR

·      No princípio era o beijo
doce e profundo
Logo após o perdigoto veio
no bafo um pouco imundo
Por fim, o cuspe no seio
acabando com o mundo.
- 2000

Susan Blum Moura - Professora de criação literária lá no CELIN da UFPR e no curso de publicidade e propaganda na UP - português -  pesquisa e literatura na publicidade
(*) Envie sua poesia, espalhe emoção, compartilhe a paixão pelo mundo das letras.(contato@brasiscomunicacao.com.br)

10 anos da lei que coloca o ensino da cultura afro e história Africana nas escolas

AFRICA PARA CRIANÇAS – Iris Amâncio

imagem blog ginga


Há 10 anos foi sancionado a lei que altera a LDB –no seu artigo 26-A, passando a ser obrigatório o ensino da cultura afro-brasileira e história da África no curriculum escolar de todos os níveis. A partir desta lei, falhas na construção da história estão sendo sanadas. Para muitos alunos a África era considerada um “país”, e jamais poderiam imaginar que o Egito fica na África, afinal o “país” parecia tão cheio apenas de míseria. Ao pensa em África as únicas coisas que vinham na mente eram: fauna, flora e míseria.
 Para que a lei realmente possa mudar uma estrutura sendo capaz de reduzir inúmaras desigualdades que a falta desta inclusão causou em tantas gerações é preciso ainda muito tempo. Em todo Brasil crianças negras ainda sofrem no ambiente escolar e aumentam as estatísticas de evasão escolar, por sofrerem altas doses de racismo na escola.
 São vários detalhes que a lei busca auxiliar, por meio de inclusão do negro nos livros didáticos de forma positivada, por meio de projetos desenvolvidos por professores, pedagogos. A lei não é focada apenas no professor.  Todos que fazem parte da escola participam, inclusive funcionários que tantas vezes presenciam situações de racismo e precisam saber como agir.
Pensando na importância desta legislação para a população brasileira, que busca a igualdade, independente da cor, crença, posição social, o jornal Café Sabor Leituras inicia uma série de ações voltadas à esta temática, para que possamos apoiar pais e professores no sentido de que 2013 – 10 anos de lei 10.639/2003, a igualdade entre as pessoas realmente ocorra na nossa educação.
E você é nosso convidado para essa ação. Neste primeiro momento, vamos nos focar no período de férias. Afinal, é hora da criançada brincar. E para isso, sugerimos a obra “Africa para crianças” da mineira Iris Amância da Editora Nandyala.

O livro será um presente e será sorteado entre os leitores que curtirem a pagina do Jornal Café Sabor Leituras. Mas, preste atenção, pois o nome no facebook é diferente do nome do jornal.
2 – Enviar seu nome completo, telefones, profissão para contato@brasiscomunicacao.com.br
3 – E responder a pergunta : Por que é importante a inclusão do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas?
Todas as respostas serão divulgadas no blog do Jornal. Participe, colabore para uma educação mais voltada a igualdade.

Sorteio e divulgação das respostas 15 de fevereiro de 2013.

Tem mais oficina de música hoje!!

E Curitiba se enfeita de notas musicais. Pelas ruas, nos teatros, na UTFPR, em cada canto, sons de violino, de flauta doce, de tambor espalham-se seduzindo moradores e turistas. E hoje tem "ALEGRIA DA VIDA" com a camerata Antiqua de Curitiba. 15h na Capela Santa Maria. É gratuito, não vá perder. www.oficinademusica.org.br


O MELHOR DA MÚSICA

Já sentiu a oficina de música de Curitiba? Sinta um pouquinho com apresentação mais concorrida do evento.. Paiol lotado!! Gente lá fora querendo entrar.. nós conseguimos e gravamos um trechinho só para você.. vejam, melhor SINTAMhttp://www.youtube.com/watch?v=6nPPjTFZdL0


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Tem sorteio de Noite do RAP

Leitor do Café Sabor Leitura concorre a ingressos para o show NOITE DO RAP que ocorre amanhã 12/01- SAFIRA SIFRA CLUB - Rua TRAJANO REIS,41-LARGODA ORDEM. 
Para concorrer basta curtir a página do jornal no Facebook, link à direita. Envie nome completo seu e do seu acompanhante, mais telefone de contato para o e-mail contato@brasiscomunicacao.com.br