domingo, 30 de dezembro de 2012

Crença e ateísmo




Aceitar a vida de forma racional é a grande dificuldade para entender o que é o ateísmo. A palavra vem do grego “a-“ de ausência e de “theos” divindade. De um lado os ateus alegam que vivem em busca de respostas. Do outro, há os religiosos que aceitam determinadas situações pela força da fé.
 No passado, as pessoas que tentavam explicar a vida pela ciência eram condenadas e assassinadas. Atualmente, assumir-se ateu, muitas vezes, pode ser um risco de sofrer certa hostilidade, pois muitas pessoas vêem os ateus como pessoas imorais.
fonte imagem / blog http://retalhosdeexistencia.wordpress.com

 O site “Ateísmo.Net” traz a informação de que 21% da população mundial atualmente é composta por ateus. O ateísmo, segundo o site, é a negação ou a falta da crença na existência de deus ou deuses. Como conseqüência, há os questionamentos sobre ética imposta e o destino passa a ser responsabilidade dos indivíduos e não de pré-destinação. Outro ponto destacado é a visão diante da morte, diferente dos religiosos que colocam a morte como uma passagem para o purgatório e o céu (católicos) ou a passagem para uma nova vida (espíritas), por exemplo, no caso dos ateus a morte significa o fim de um indivíduo.
Ao longo dos anos muitas pessoas influentes assumiram sua condição de ateus, mesclando suas ideias em suas obras. Entre estes temos na música o cantor Caetano Veloso, o líder do Pink Floyd David Gilmour, o líder da banda Óasis Noel Gallagher Alguns exemplos na literatura, João Cabral de Melo Neto, Graciliano Ramos, Monteiro Lobato, Álvares de Azevedo, George Orwell, Ernest Hemingway, James Joyce. E outros como Friedrich Nietzsche, Auguste Comte, Karl Marx, Diderot.
O médico Draysio Varella é alvo constante em palestras sobre sua espiritualidade. Ateu assumido, o médico afirma que luta pela tolerância ao direito de ser ateu. Em março de 2009, em uma de suas palestras, afirmou que respeita as religiões e que espera o mesmo respeito. Para ele a explicação do surgimento da vida pelo acaso, evoluindo pela competição e seleção natural, passando pelo desenvolvimento do homem a partir do fim dos dinossauros é muito mais encantador do que a visão religiosa do início da vida no Planeta com base na religião.
A curiosidade pela força da religiosidade já é tema de pesquisas cientificas. A revista “Viver Mente Cérebro” (168) apresenta uma reportagem discutindo O gene de Deus. Segundo a qual as razões da espiritualidade podem estar inscritas no código genético. Os neurocientistas como Mario Bearegard e Vilayanur Ramachandaran estão estudando a fé.
 Chamados de neuroteologos fazem pesquisas com pessoas de elevada crença, como freiras e religiosos indianos para entender como se comportam o cérebro dessas pessoas em momentos de oração. Ramchandaram vai mais longe e tenta entender também os ateus, por que alguns sentem o chamado divino mais facilmente enquanto outros são completamente surdos é o questionamento que faz. Uma de suas hipóteses é de que sentimentos espirituais profundos seriam somente frutos de uma descarga de neurotransmissores cerebrais os mesmos que regulam os estados de ânimo. Outro fato apontado pelos cientistas é a existência de deus estar relacionada ao medo da morte. Deus segundo a reportagem teria a função de suavizar a angústia diante da morte.
Independente das escolhas, das crenças de cada um é importante sempre frisar a necessidade do respeito e a tolerância numa sociedade civilizada. Ser ateu é simplesmente exercer o seu direito de liberdade. Enquanto a religiosidade também deve ter o mesmo respeito. Crer em Deus e se sentir bem pela paz que a fé traz ou continuar o seu caminho cético é um direito de cada individuo que merece ser respeitado.

Frases:
‘A religião é o ópio do povo” Karl Marx

“O cristão comum é uma figura deplorável, um ser que não sabe contar até três, e que, justamente por sua incapacidade mental, não mereceria ser punido tão duramente quanto promete o cristianismo” Nietzche]

“A religião é vista pelos pessoas comuns como verdadeiras, pelos inteligentes como falsa e pelos governantes como úteis.” Seneca

texto publicado jornal Grupo Positivo /Eli Antonelli

0 comentários:

Dí lo que piensas...