Aceitar
a vida de forma racional é a grande dificuldade para entender o que é o
ateísmo. A palavra vem do grego “a-“ de ausência e de
“theos” divindade. De um lado os ateus alegam que vivem em busca de
respostas. Do outro, há os religiosos que aceitam determinadas situações pela
força da fé.
No passado, as pessoas que tentavam explicar a
vida pela ciência eram condenadas e assassinadas. Atualmente, assumir-se ateu,
muitas vezes, pode ser um risco de sofrer certa hostilidade, pois muitas
pessoas vêem os ateus como pessoas imorais.
fonte imagem / blog http://retalhosdeexistencia.wordpress.com |
O site “Ateísmo.Net” traz a informação de que
21% da população mundial atualmente é composta por ateus. O ateísmo, segundo o
site, é a negação ou a falta da crença na existência
de deus ou deuses. Como conseqüência, há os questionamentos sobre ética imposta
e o destino passa a ser responsabilidade dos indivíduos e não de
pré-destinação. Outro ponto destacado é a visão diante da morte, diferente dos
religiosos que colocam a morte como uma passagem para o purgatório e o céu
(católicos) ou a passagem para uma nova vida (espíritas), por exemplo, no caso
dos ateus a morte significa o fim de um indivíduo.
Ao longo dos anos muitas pessoas influentes assumiram sua condição
de ateus, mesclando suas ideias em suas obras. Entre estes temos na música o
cantor Caetano Veloso, o líder do Pink Floyd David Gilmour, o líder da banda
Óasis Noel Gallagher Alguns exemplos na literatura, João Cabral de Melo Neto,
Graciliano Ramos, Monteiro Lobato, Álvares de Azevedo, George Orwell, Ernest
Hemingway, James Joyce. E outros como Friedrich Nietzsche, Auguste Comte, Karl
Marx, Diderot.
O médico Draysio Varella é alvo constante em palestras sobre sua
espiritualidade. Ateu assumido, o médico afirma que luta pela tolerância ao direito
de ser ateu. Em março de 2009, em uma de suas palestras, afirmou que respeita
as religiões e que espera o mesmo respeito. Para ele a explicação do surgimento
da vida pelo acaso, evoluindo pela competição e seleção natural, passando pelo
desenvolvimento do homem a partir do fim dos dinossauros é muito mais
encantador do que a visão religiosa do início da vida no Planeta com base na
religião.
A curiosidade pela força da religiosidade já é tema de pesquisas
cientificas. A revista “Viver Mente Cérebro” (168) apresenta uma reportagem
discutindo O gene de Deus. Segundo a qual as razões da espiritualidade podem
estar inscritas no código genético. Os neurocientistas como Mario Bearegard e
Vilayanur Ramachandaran estão estudando a fé.
Chamados de neuroteologos fazem
pesquisas com pessoas de elevada crença, como freiras e religiosos indianos
para entender como se comportam o cérebro dessas pessoas em momentos de oração.
Ramchandaram vai mais longe e tenta entender também os ateus, por que alguns
sentem o chamado divino mais facilmente enquanto outros são completamente
surdos é o questionamento que faz. Uma de suas hipóteses é de que sentimentos
espirituais profundos seriam somente frutos de uma descarga de
neurotransmissores cerebrais os mesmos que regulam os estados de ânimo. Outro
fato apontado pelos cientistas é a existência de deus estar relacionada ao medo
da morte. Deus segundo a reportagem teria a função de suavizar a angústia
diante da morte.
Independente das escolhas, das crenças de cada um é importante sempre
frisar a necessidade do respeito e a tolerância numa sociedade civilizada. Ser
ateu é simplesmente exercer o seu direito de liberdade. Enquanto a
religiosidade também deve ter o mesmo respeito. Crer em Deus e se sentir bem
pela paz que a fé traz ou continuar o seu caminho cético é um direito de cada
individuo que merece ser respeitado.
Frases:
‘A religião é o ópio do povo” Karl Marx
“O
cristão comum é uma figura deplorável, um ser que não sabe contar até três, e
que, justamente por sua incapacidade mental, não mereceria ser punido tão
duramente quanto promete o cristianismo” Nietzche]
“A
religião é vista pelos pessoas comuns como verdadeiras, pelos inteligentes como
falsa e pelos governantes como úteis.” Seneca
texto publicado jornal Grupo Positivo /Eli Antonelli
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